Projeto reúne 12 faixas fundamentadas na música preta brasileira. Groove, samba, funk e soul são alguns dos ritmos que se destacam no projeto

 Projeto reúne 12 faixas fundamentadas na música preta brasileira. Groove, samba, funk e soul são alguns dos ritmos que se destacam no projeto

Foto: Divulgação

Projeto reúne 12 faixas fundamentadas na música preta brasileira. Groove, samba, funk e soul são alguns dos ritmos que se destacam no projeto

“A História do Mlk Sinistro”, disco de estreia do Duh Marinho, é a trilha sonora desenhada para contar a jornada real do artista que, aos 36 anos, embarcou em busca do sonho de se expressar através da black music. Sendo acompanhado de uma banda efervescente que é liderada pelo seu herói favorito – ele mesmo – o carioca reflete sobre temas que tratam da sua identidade, amor e resiliência. Somando nas participações especiais do registro, ícones como Preta Gil, Ivete Sangalo e Ruxxel.

Nascido em Mesquita, no Rio de Janeiro, Duh Marinho já passou pela Furacão 2000 e esteve por três anos no Bloco da Preta como MC oficial. Já lançou uma série de singles, além dos EPs Pra Mandar pro Crush (2017) e Vá à Luta (2016).

“Desde quando eu comecei a idealizar o meu disco, há dez anos atrás, eu sempre soube o que eu queria. Inclusive cantar essa energia de que os desafios não são páreos para o nosso próprio super-herói. O meu super-herói interno, o muleque sinistro”, diz.

Ouça:

Seguindo influências como Cassiano, Tim Maia, Seu Jorge, Sandra de Sá e Fernanda de Abreu, “A História do Mlk Sinistro” apresenta uma sonoridade que combina elementos do groove, samba, funk e soul. “Duh, acha que vale falar um pouco mais sobre essa produção musical?”.

Ao longo das 12 faixas, o recado é alto astral e convida o público para curtir a vida – compreendendo, sobretudo, todas as nuances do que é existir aqui e agora.

Para abrir os caminhos, uma poderosa “Intro” em parceria com Preta Gil. Na sequência, a faixa-título, “A História do Mlk Sinistro”, reflete sobre futuridades desejadas. Aqui, a vontade de tocar pelo Brasil todo – sem medo de declarar onde se quer chegar – ganha destaque.

Em “A Gata Tá pro Corre”, Duh faz um lembrete, para si mesmo e, ainda assim, coletivo, sobre a importância de traçar objetivos e confiar na força que o move. Já em “Não Me Cancela Não”, um pedido de desculpas por ser um homem livre figura como uma brincadeira com os chamados “juízes da internet”. A quinta música, “Para de Graça e Me Beija”, conta com participação de Ruxxel no beat. Essa é a pedida perfeita para quem quer ajudar o crush confuso a se decidir. Logo depois, a track “Sensação (Mó Viagem)” descreve o sentimento de viver uma paixão proibida. Nesse som, Marinho abre o coração para falar sobre um relacionamento antigo.

Já em “O Verão Tá Aí”, feat com Ivete Sangalo, rainha do axé, o artista reforça como é para ele o verão ideal. “Ivete Sangalo tem que estar rolando no som! Ivete é a cara do verão perfeito”, diz. Em “Liguei o foda-se”, a mensagem é para os que não estão sendo levados a sério. Já em “Lá no Posto 09”, a vibe boa ganha clima de pôr do sol na praia de Ipanema, com todos se amando livremente e onde a diversidade é bem-vinda.

Chegando ao fim do álbum, “The Black is Foda” se destaca com sonoridade swingada e letras que celebram a negritude. A música, verso a verso, encapsula a essência do projeto como um todo. “Vem e Faz” e “Tudo de Bom” fecham o disco com a mensagem que o artista quer deixar para o mundo: seja feliz agora!

“Falando um pouco sobre a faixa “Tudo De Bom”, se eu pudesse escolher apenas uma música para representar a energia deste álbum seria essa faixa, porque é a minha conclusão dessa jornada. A vida é uma aventura! Esse álbum é a resolução de uma jornada linda e da sua construção. Vamos viver tudo e vamos viver agora”, finaliza.

FICHA TÉCNICA
Composição: Duh Marinho
Produção Musical: Kafé
Mix e Master: Victor Farias
Guitarra: Magno Gonçalves
Baixo: Everton Viana
Teclado: Douglas Farias
Bateria: Renan Duarte
Metais: Multhiago
Vocais: Thiago Pantaleão, Cayuma, Dona Nina, Kynnie
Direção vocal: Diego Timbó

SOBRE DUH MARINHO

Com 36 anos e nascido em Mesquita, Rio de Janeiro, Duh Marinho sempre teve a busca pela expressão artística como principal objetivo do Mlk Sinistro – seu pseudônimo em homenagem a Fernanda Abreu, a Garota Sangue Bom.

Sua relação com a música se iniciou na igreja, ainda criança, muito influenciado pela família – inclusive pelo tio, o sanfoneiro Noca do Acordeon. A partir disso, se encantou pela Música Popular Brasileira e, como bom carioca dos anos 2000, viveu uma adolescência no funk, escrevendo letras por diversão, até seus amigos ouvirem e o incentivarem a procurar a Furacão 2000, principal gravadora do gênero na época. Sem muito espaço para expressar a sua arte na gravadora – onde esteve por cerca de dois anos – usou todo o seu conhecimento em fotografia e tornou-se fotógrafo da Furacão informalmente, na tentativa de ser visto.

Sem conseguir avançar com seus planos, pensou em parar. No entanto, em 2014 conheceu Preta Gil – que lhe abraçou e ofereceu seu palco para que pudesse experimentar e usufruir dessa experiência. Foi nessa época que se tornou MC do Bloco da Preta e realizou shows rodando o país ao lado da cantora. Participou também da gravação do DVD (2014) como convidado especial ao lado de nomes como Ivete Sangalo, Monobloco, Thiaguinho e outros. Para este projeto, compôs a faixa “Take It Easy”, interpretada por Anitta e com Preta Gil na produção.

Enquanto ainda era MC do Bloco da Preta, em 2016, lançou seu primeiro EP ‘Vá a Luta’, um compilado do que já havia produzido ao longo da carreira, com toda a sua bagagem até ali. Entre as faixas, “A História do Mlk Sinistro” e “O Soul do Carioca é Funk” foram produzidas por Dennis DJ. No ano seguinte, em 2017, logo após deixar o Bloco da Preta e decidir retomar o roteiro inicial da sua viagem, divulgou mais um EP, ‘Pra Mandar pro Crush’, em um projeto cheio de groove e romantismo.

Um pouco depois, entre 2018 e 2019, estreou alguns singles como “3D (Música Pra Beber)” e “Vamo se Beijar”. Em 2020, em meio à turbulência e as incertezas da pandemia, montou sua banda e lançou, no ano seguinte, o primeiro single do atual disco de trabalho, “Não Me Cancela Não”. Ainda em 2021, o sucesso “Uh É O Kikiki” veio ao mundo apresentando o seu podcast de mesmo nome, no qual entrevistava artistas da indústria musical.

Já em 2022, lançou o single “Tudo de Bom”, que se tornou um verdadeiro hit na internet, com direito à coreografia nas redes sociais. Até chegar a esse destino, foram anos de produção para o lançamento do seu primeiro álbum, onde conta e canta a sua história, “A História do Mlk Sinistro”.

Marcelo Manso

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