Lelê Azevedo conta detalhes sobre as canções e produção do novo EP “Garota Errada”

Após estrear o novo EP “Garota Errada”, a cantora e compositora Lelê Azevedo, comemora o retorno positivo do público. O trabalho chega de forma sincera e visceral, repleto de letras que poderiam muito bem ser aquelas mensagens que se escreve e nunca envia.
Em cinco faixas autorais, Lelê Azevedo transforma o caos emocional em trilha sonora para corações intensos. “Garota Errada”, “Final Feliz”, “Amigos do Fim”, “Recaída” e “Nada de Você”, são as canções que integram o projeto.
Este é um projeto muito importante para a cantora, que descreve o processo de construção do EP como algo quase terapêutico. Segundo ela, cada sensação expressada nas faixas foi vivida intensamente durante a escrita. Para a artista, é extremamente emocionante ver esse trabalho já disponível.
Pensado detalhadamente durante cerca de um ano, o EP tem muito a contar. Muitas das composições autorais surgiram como desabafo e os sentimentos descritos tem encantado o público. Para saber tudo sobre as faixas, produção e mais curiosidades, confira uma entrevista exclusiva com a artista:
O título “Garota Errada” é bem simbólico e cheio de camadas. O que essa expressão representa para você e como ela se conecta com o seu próprio processo criativo?
Pra mim, “Garota Errada” é quase uma piada interna comigo mesma. É como se eu estivesse dizendo: “ok, talvez eu não seja o que esperavam… e tudo bem com isso”. No processo criativo, virou um ponto de partida. Comecei a escrever a partir desse lugar de desconforto, de não me encaixar, e percebi que era ali que eu me sentia mais verdadeira.
Cada faixa do EP tem uma temática bem específica, com letras que parecem ser quase confessionais. Como foi o processo de escrever e se conectar com essas experiências emocionais tão intensas?
Foi tipo colocar a alma no papel, sabe? Eu escrevia muito como desabafo mesmo — depois de uma conversa, de um término, de um momento difícil… Era tudo muito real, muito recente. Então me conectar com essas emoções foi natural. Foi meio dolorido às vezes, mas também muito libertador.
“Garota Errada” fala sobre desilusões e recomeços, mas também tem um tom de empoderamento. Como você enxerga o impacto emocional desse EP para quem está passando por situações semelhantes?
Acho que esse EP pode ser um abraço pra quem está se sentindo perdida ou machucada. Porque, apesar das dores, ele fala muito sobre seguir em frente. Sobre entender que a gente não precisa ser perfeita, só precisa continuar. Espero que quem ouvir sinta isso também: que não está sozinha, que está tudo bem chorar… mas que dá pra levantar e rir depois.
Você menciona que o processo de construção do EP foi muito revelador para você como artista. O que mudou na sua visão artística após a criação desse trabalho?
Eu entendi que não preciso me encaixar em padrões para ser ouvida. Esse EP me permitiu explorar sonoridades que eu amo, como o pop rock e o indie, sem medo de errar. Percebi que a minha verdade como artista está justamente na imperfeição, no bruto, no que é sentido antes de ser lapidado.
Em “Recaída”, você aborda a famosa tentação de voltar a um relacionamento que não fez bem. Você já se encontrou nessa situação pessoalmente ou é algo que observou de perto?
Com certeza já vivi isso. Acho que quase todo mundo já teve aquele momento de fraqueza, de olhar pra trás e sentir falta do que, na real, nunca fez bem. Mas “Recaída” também vem com essa consciência: a gente sabe que não deve voltar, mas às vezes precisa ouvir de novo (ou cantar) pra lembrar o porquê.
Influências de nomes como Rita Lee, Olivia Rodrigo, Carol Biazin e Reneé Rapp estão bem evidentes no seu trabalho. Como essas artistas ajudaram a moldar a sonoridade do seu EP?
Essas artistas me inspiram porque são corajosas. A Rita Lee, por exemplo, sempre foi ousada e autêntica, e isso me inspira muito como mulher na música. A Olivia e a Reneé têm essa forma visceral de escrever, quase como se rasgassem o peito. A Carol Biazin tem uma entrega muito emocional e estética que eu admiro muito. Elas todas me mostraram que dá sim pra ser sensível e poderosa ao mesmo tempo.
Como foi a experiência de produzir esse EP de forma independente, contando com a ajuda de uma equipe que abraçou o projeto de forma colaborativa?
Foi lindo e caótico (risos). Tudo feito no amor, na amizade e na correria. O clipe, por exemplo, só rolou porque uma galera incrível da PUC topou entrar nessa comigo — estudantes de Cinema, Publicidade, Design… Todo mundo deu o máximo, mesmo sem grana. A gente vendeu rifa, correu atrás, improvisou muito. E isso deu ainda mais valor pra tudo.
Por fim, qual é a sua expectativa para o feedback do público após o lançamento do EP? Você tem alguma mensagem especial para aqueles que vão se conectar com suas músicas?
Minha maior expectativa é que as pessoas se sintam vistas. Que alguma faixa toque fundo e ajude alguém a se entender melhor. E a mensagem que eu deixo é: ser a ‘garota errada’ não é um defeito, é só o primeiro passo para se tornar a mulher certa pra si mesma. E tá tudo bem não ter tudo resolvido, a arte serve justamente pra gente ir se encontrando no meio da bagunça.