Entre o pop e a provocação: a estreia impactante de KING Saints
Artista de Duque de Caxias/RJ e letrista de estrelas como Luiza Sonza e IZA faz refletir com seus versos afiados em “SE EU FOSSE UMA GAROTA BRANCA”
Em uma era de singles com um minuto e meio sem profundidade, a música parece ter perdido um pouco de sua mensagem. Por isso é revitalizador descobrir artistas como KING Saints, que acaba de lançar seu primeiro álbum, “SE EU FOSSE UMA GAROTA BRANCA”, com direito à faixa-título que vai além da superfície e instiga profundas reflexões sociais. Em outras palavras: uma discussão incisiva sobre privilégios brancos e racismo. O que (apenas) parece uma leve canção pop, guarda em seu cerne uma crítica afiada, embutida em letras e refrães que cortam como lâminas. A mensagem é inegável: se KING Saints fosse uma garota branca, certamente teria mais acesso a oportunidades e reconhecimento. É notável como a letra “Se eu fosse uma garota branca, a minha conta tava cheia de grana” pode fazer o ouvinte esquecer a gravidade da questão abordada.
Desde que este emblemático título veio à sua mente, KING quis explorar sua capacidade de abordar assuntos sérios de maneira acessível, tal como fez Lily Allen em “Fuck You”. É o que torna “SE EU FOSSE UMA GAROTA BRANCA” um trabalho de destaque na cena pop contemporânea. Apesar de sua estreia em álbum, a artista de Duque de Caxias/RJ já carrega 12anos de experiência na música, tendo colaborado com ícones do pop brasileiro e recebido indicações ao Grammy Latino por suas composições com Luísa Sonza e, mais recentemente, IZA.
O projeto também conta com participações de pesos pesados como Karol Conká, Boombeat e MC Soffia, prometendo uma produção inovadora sob a batuta de Marcel e do trio Los Brasileros, conhecidos por suas colaborações com artistas como Anitta, Carol Biazin e acolombiana Karol G, com quem os três produtores ganharam o Grammy. O videoclipe de “SE EU FOSSE UMA GAROTA BRANCA”, dirigido por Léo Ferraz, merece destaque especial. Filmado em uma clínica desativada em São Paulo, o vídeo é uma obra de arte cuidadosamente elaborada, repleta de referências à estética da mulher branca dos anos 1970. Prepare-se para uma obra que não apenas desafia, mas também provoca e, acima de tudo, entretém.
Assista “Se Eu Fosse Uma Mulher Branca”: