Do Rio de Janeiro para o The Village Studios em Los Angeles, Claudia Iatalese rompe barreiras na indústria historicamente dominada por homens
Em um dos estúdios de gravação mais famosos de mundo, a engenheira de som e produtora musical Claudia Iatalese, vem contribuindo para a cena musical global, combinando sua habilidade técnica com uma paixão pela música, destacando-se em uma indústria historicamente dominada por homens.
A menina que começou sua jornada musical na escola, com aulas de piano e violão, alçou voo após concluir o ensino médio no Brasil, período em que também conquistou o diploma do International Baccalaureate, onde uma das suas matérias escolhidas foi a música. “Isso tudo me ajudou a fazer a audição musical e entrevista para então entrar na Berklee College of Music em Boston. Lá eu não só aprendi mais sobre teoria musical e a treinar o ouvido, mas também comecei a expandir drasticamente o pouco que sabia sobre engenharia e produção musical”, explica.
Com dois diplomas, Music Production and Engineering (engenharia e produção musical) e Music Business/Management (negócios e gestão musical), Claudia foi entrevistada por estúdios de Nova Iorque e de Los Angeles, mas acabou optando pela segunda cidade, por lembrar um pouco o Rio de Janeiro e, principalmente, pelo peso e história que o “The Village Recording Studio” leva.
“Acredito que minha formação musical inicial foi crucial para ser contratada para trabalhar no The Village,” diz a engenheira “Mesmo sendo uma engenheira de som, saber tocar piano e violão, e entender teoria musical, me ajuda muito a compreender melhor os projetos que estou gravando”.
O estúdio é conhecido mundialmente por receber artistas de renome como The Rolling Stones, Red Hot Chili Peppers, Elton John, entre outros. e por criar famosas trilhas sonoras para o cinema “Comecei como assistente e agora, após dois anos, participo de várias sessões e projetos, incluindo trilhas sonoras para filmes e séries.”destaca.
Orgulhosa por sua trajetória em uma indústria predominantemente masculina, Claudia atribui sua diferença aos demais colegas pelo fato de ser mulher. E revela que, embora a indústria de engenharia e produção musical sempre foi majoritariamente ocupada por homens e muito poucas mulheres, o número de profissionais femininas tem aumentado. “Eu fico feliz de ter tido algumas mulheres que me influenciaram e de conhecer e trabalhar com algumas que continuam me influenciando hoje”, considera.
Para Claudia, outro fator que observa ser um diferencial é sua herança cultural. Isso porque a influência da música brasileira e latina oferecem a ela perspectivas únicas que são utilizadas no trabalho, assim como seu profundo conhecimento de teoria musical. “Isso me ajuda a entender melhor os projetos, pois consigo tocar a música se necessário,” acrescenta.
Claudia ganhou o Shure Award for the 2021-2022 academic year for outstanding achievement in Music Production and Engineering at Berklee College of Music e participou como palestrante do Shoptalk 103 Panel, organizado pela Women In Music. Ela também trabalhou como engenheira de som para Mel Fine e como segunda engenheira em sessões para artistas como Solange Knowles, Kesha, e bandas como Dramarama e Opium Moon. “Minha paixão é capturar uma performance íntima e cheia de emoção, trazendo isso para que o público consiga sentir ao escutar a música,” declara Claudia.
A trajetória de Claudia Iatalese é um exemplo inspirador de determinação e talento. Com uma carreira promissora e um futuro brilhante, ela continua a quebrar barreiras e a deixar sua marca na indústria musical global.