Colibri explora profundidade sonora e emocional em seu novo disco; ouça “Triplo Erre (3R [pt. I])”
“Do mesmo canto inquieto da mente onde emana o instinto, também surge o espontâneo, o devaneio criativo e a emoção profunda”, destaca Zé Neto
A história do “Triplo Erre (3R)” começa, na verdade, em 2020, ano da pandemia. Ao encerrar as atividades que faziam parte do disco de estreia do grupo, “Canto de Colibri”, os artistas decidiram lidar com a quarentena, juntos, em um refúgio criativo.
“Havíamos lançado um trabalho bem importante para nós e, poucos meses depois, a pandemia tomou conta do mundo. Percebemos que podíamos enfrentar o impacto psicológico de tudo aquilo, como sempre, unidos e acreditando que a arte nos salvaria”.
Longe dos palcos, no entanto imersos no estúdio improvisado em Cachoeira do Itanhy, na Bahia, Zé Neto (vocais), Tiago Simões (baixo), Levi Vieira (guitarra), Victor Vogel (bateria) e Rodrigo Santos (sintetizadores / backing vocal) gravaram sessões de improvisação que resultaram em mais de 12 horas de conteúdo.
O período de isolamento colaborou para que temas intensos e catárticos refletissem os desafios do momento. Sonoramente, toques de progressivo, pós-punk e dream-pop abriram espaço para movimentos que vão desde a psicodelia extravagante dos anos 70 até o romantismo gótico e irreverência do rock dos anos 80. Nas letras, os conflitos internos e as transformações pessoais dos integrantes, durante os últimos quatro anos, são colocadas em evidência. Em meio a desafios como luto, distanciamento e dissolução do ego, o registro se posiciona como um rito de passagem.
Sendo divulgado em trilogia – com a primeira parte agora disponivel nas plataformas digitais – “3R”, traz um lado místico e disposto em investigar os mares profundos da mente.
Vale destacar que algumas das canções são cantadas em português e outras em inglês. O single “Quintal (de Noite)” vem acompanhado de um videoclipe, dirigido por Alan dos Anjos, captando a essência visual e emocional do álbum.
As capas de “Triplo Erre (3R)” são pinturas do tecladista Rodrigo Santos, refletindo paisagens abstratas marcadas pelo tempo e pela ação do homem.“Os 3 quadros para as capas do 3R fazem parte de investigações que eu tenho desenvolvido aqui no ateliê, envolvendo etapas de acúmulo e subtração de tinta. É um encontro na tela de várias camadas, onde o que sobra vai sedimentando e criando uma nova imagem. Uma imagem que é fruto do que se cria e do que se destrói, principalmente. A força delas está justamente nesse desfazer, nesse desmontar”, finaliza o artista.
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