Clara Castro desperta a chegada do novo disco com o primeiro single, Hora de Acordar
Foi no auge da pandemia, momento suspenso que atravessou a vida de todos, que Clara Castro compôs a letra de Hora de Acordar. A partir de um olhar à paisagem vazia, a cantora mineira delineou a canção, com a melodia de Tata Rocha. Agora, quatro anos depois, a artista apresenta uma nova versão da faixa, como primeiro single de seu terceiro disco de estúdio – previsto para o segundo semestre. Hora de Acordar une sons orgânicos e da banda com programações e sons sampleados, entre a MPB, indie rock e um pop alternativo. O single, que marca a mudança de Clara de Juiz de Fora para São Paulo, reunindo uma série de perspectivas sobre a metrópole, se desdobra ainda em um registro audiovisual, disponível no canal de YouTube da cantora. Ouça o Hora de Acordar aqui e assista ao visualizer aqui.
“Hora de acordar pra ver que o mundo é muito mais e tudo que pensamos ser melhor, não passa de rasa superfície“, clama Clara no refrão da canção. Com um ar nostálgico, a voz da artista é acompanhada dos sons de um carrossel sampleado logo no início da canção, preparando o ouvinte para um segundo momento com novas programações e samples – e o corpo da banda composta por baixo, bateria e guitarra –, criando uma sonoridade mais aberta e singular.
Como um cinema do cotidiano, o visualizer dirigido por Anas Obaid propõe um olhar documental para cenas do dia a dia que normalmente passam despercebidas. “Como um paralelo à criação da composição, para o registro audiovisual usamos de tela o portão da garagem e ficamos observando a cidade em takes de 20 a 30 minutos, enquanto ouvíamos a música. Por aquele período, fomos espectadores da vida real e estar nesse lugar de observação nos trouxe diversas reações”, lembra Clara, que completa: “O cotidiano em sua banalidade oferece cenas extraordinárias, e documentar tudo isso dá centralidade para elementos e lugares comuns da cidade”.
O single abre o próximo disco da artista, intitulado Perambule, e marca os encontros e percepções desde sua chegada a São Paulo. “A metrópole se tornou personagem e paisagem, tudo ao mesmo tempo, e os arranjos buscam transportar os ouvintes para as sobreposições sonoras vindas dessa relação com a cidade”, explica Clara. O seu novo disco chega em agosto.
SOBRE CLARA CASTRO
Voz suave, melodias intensas e composições acentuadas marcam a trajetória de Clara Castro. A cantora e compositora original de Barbacena, no interior de Minas Gerais, é guiada pela arte desde nova, quando passou a amplificar seus meios de se expressar para o teatro, a música e suas composições entre o MPB, indie rock e um pop alternativo. De lá pra cá, Clara debutou com o EP de faixas autorais Quarto Crescente (2012), que atualmente só existe em formato físico, e logo na sequência mergulhou em experimentações com amigos conterrâneos no EP Imagens Tortas (2012). O primeiro disco, intitulado Caostrofobia, foi lançado em 2018 – com distribuição da Som Livre. Clara ainda apresentou o álbum visual Ana (2021), além de uma série de singles, como Céu Só (com Márcio Moreira e Joma Catanhede), Junto Só (com Laura Jannuzzi) e Enquanto os Homens Dormem.
Entre a música e o teatro, os palcos se tornaram casa para a artista. O seu primeiro show foi em 2012, em sua cidade natal, e foi também a partir dali que ela ingressou no teatro e passou a se apresentar em peças locais. Clara frequentou o Encontro de Compositores de Juiz de Fora a partir de 2013; seguiu para uma residência artística por três anos, no Grupo Ponto de Partida; em 2016, se formou na Bituca (Universidade de Música Popular) e, em 2023, no curso de Ciências Sociais pela UEMG – Barbacena. Tal trajetória trilhou seu caminho à São Paulo, onde mora atualmente. Na capital paulista, a artista finalizou o curso técnico em Teatro pelo Célia Helena, protagonizou o curta-metragem de Raíssa Teixeira, Eu Me Lembro de Você Em Lugar Nenhum, além de colaborar em músicas e videoclipes de parceiros como Pedro Oldi e a banda Čao Laru – nas faixas Pontes e Poemas e Sou Passageira, que firmaram sua presença na cena de compositoras mineiras.
Sua pesquisa artística é amplificada pelo encontro entre a música e o teatro, garantindo à cantora um olhar bastante singular. Em 2024, Clara reúne tudo isso em um trabalho sólido, seu terceiro disco de estúdio, Perambule – previsto para agosto. O projeto é resultado de mais de um ano de experimentações sonoras ao lado do produtor Nathan Itaborahy, no home studio Estúdio Torto; marca a cumplicidade musical criada na prática com o baixista Douglas Poerner, o guitarrista Lucas Gonçalves e o encontro com o diretor Anas Obaid, que na concepção dos visualizers, trouxe camadas do cotidiano vistas com profundidade. Com enfoque nas suas percepções sobre a metrópole, desde que chegou à São Paulo, o álbum é contornado agora pelo seu primeiro single, Hora de Acordar.