‘Carnaval’ é pérola de Barão Vermelho pós-Cazuza
Em 1988, o Barão Vermelho estava se encontrando. Cazuza havia saído da banda há pouco tempo e ganhado os holofotes da gravadora – o que motivou o Barão a trocar a antiga Som Livre pela WEA. Carnaval vem como o terceiro álbum pós-Cazuza e segundo pela nova casa. Com ele, o Barão reencontrou o caminho dos hits.
Claro que o destaque é “Pense e Dance”, que foi até sucesso em trilha de novela (“Vale Tudo”) – justamente aquela que tinha em sua abertura a música “Brasil”, de… Cazuza. Mas a sonoridade, os riffs e, principalmente, as letras mostraram que esse “novo” Barão não deixava nada a desejar em relação ao “velho”.
“Eu é que não fumo cigarro porque faz mal pro pulmão/Mas também não vou viver só de pão Pullman”, “Você é o que faz se você faz o que quer à noite”, “Meu casaco de couro é minha armadura contemporânea” e outras frases e tiradas geniais permeiam o disco. A faixa que dá nome ao trabalho mistura música latina com um proto-samba roqueiro, o que mostra uma certa diversidade de referências musicais da banda e desmente a imagem de roqueiro radical que o filme biográfico de Cazuza tentou deixar sobre Frejat.
Carnaval é um grande disco, um dos últimos suspiros do rock nacional dos anos 1980, esse que ainda bebia na fonte selvagem e arruaceira dos anos 1970, de Made in Brazil e afins. Pouco depois disso, na década seguinte, o rock ganharia outros personagens e novos ares.
Barão Vermelho – Carnaval – 1988
- Lente
- Pense E Dance
- Não Me Acabo
- O Que Você Faz À Noite?
- Nunca Existiu Pecado
- Como Um Furacão
- Quem Me Escuta
- Selvagem
- Carnaval
- Rock Da Celebração