Cantor e compositor Paulo Ohana reafirma sua relação com a palavra em seu terceiro trabalho solo, Língua na Orelha, que inclui parcerias com Alzira E e Flavio Tris
Depois de lançar o single Querer Quisera, primeira de oito faixas do novo álbum, o trabalho chega nas plataformas de streaming para concretizar uma nova fase de sua carreira
Explorando o duplo sentido da palavra língua – idioma e órgão do corpo –, o álbum Língua na Orelha, terceiro trabalho solo do cantor e compositor Paulo Ohana, traz uma sonoridade nova em relação aos trabalhos anteriores, com o ineditismo da presença constante da guitarra, além do saxofone, bateria e baixo nos arranjos. Em oito faixas que mostram o avanço do artista em seu estilo musical, Paulo Ohana compõe um jogo de palavra e som e convida o público a experienciar sua melhor forma de expressão. Depois de lançar a primeira faixa como um single, “Querer Quisera” mostrou o estilo rockzinho dos anos 1990 que embala todo o novo disco. Língua na Orelha já está disponível em todas as plataformas de streaming, lançado pelo selo Pequeno Imprevisto. Ouça aqui.
“Este nome, Língua na Orelha, sintetiza a minha maneira de pensar e de me comunicar através da canção, seja comigo mesmo, seja com quem me ouve. É uma comunicação que passa não só pela palavra escrita ou do mundo das ideias, mas principalmente pelo cantar. É a palavra encarnada, materializada na voz, no som. Fazer música e cantar organiza meu jeito de pensar e de me relacionar com o mundo. Meu jeito de compor vem daí também, de um pensamento transformado pelo canto, pela voz”, explica o compositor.
A imagem material da língua na orelha é evocada na faixa “O Azul da Solidão”, que é o foco do lançamento na visão do compositor. Nesta canção, violão e guitarra dedilhados por Paulo se sobrepõem na introdução, que prepara a entrada da voz, seguida pelo sax e pelo baixo. A melodia reforça o lirismo das imagens contidas na letra e se desenrola em um bolero “atualizado, desconstruído, tocado com banda, com variações de dinâmicas, texturas e sonoridades”, nas palavras do músico.
Sem perder a conexão com a canção brasileira, Paulo Ohana se distancia da MPB propriamente dita, marca registrada de seu álbum anterior, O Que Aprendi com os Homens (2021), no qual ritmos da tradição popular como o ijexá e o bumba-meu-boi aparecem em primeiro plano. Em Língua na Orelha, os elementos de brasilidade e latinidade ocorrem de forma mais sutil, fundindo-se a outras referências, resultando em uma sonoridade predominantemente de indie rock, transitando pelo folk e pelo jazz-pop.
Dono de voz e violão marcantes, Paulo Ohana lançou-se como cantor e compositor no álbum Outros Ventos (2013). Sua carreira solo teve início oficial com o EP Pólis (2019), seguido do álbum O Que Aprendi Com os Homens (2021). Com uma trajetória marcada pelo diálogo com outras linguagens artísticas, compôs e executou trilhas para peças de teatro em Brasília, São Paulo e na França. Em 2023, colaborou no álbum Quem Faz Amor Faz Barulho, da cantora Bruna Lucchesi, também lançado pelo selo Pequeno Imprevisto, no qual ela interpreta canções do poeta e compositor curitibano Paulo Leminski.
A banda que o acompanha agora é formada por Bianca Godoi na bateria, Fernando Sagawa nos saxofones e flautas, Ivan Santarém na guitarra, e Ivan Gomes – que também assina a produção musical do álbum – no baixo.
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FAIXAS
1- Querer Quisera
(Paulo Ohana/Monique Lima)
Paulo Ohana: voz principal e guitarra
Ivan Gomes: baixo elétrico
Bianca Godoi: bateria
Fernando Sagawa: sax barítono
Ivan Santarém: guitarra
Graciela Soares: backing vocals
Monique Lima: voz na leitura do poema incidental “Recôndito”, de Monique Lima
2- O Azul da Solidão
(Paulo Ohana)
Paulo Ohana: voz, violão de nylon e guitarra
Ivan Gomes: baixo elétrico
Bianca Godoi: bateria
Fernando Sagawa: sax alto
Ivan Santarém: guitarra
3- Sortida
(Paulo Ohana)
Paulo Ohana: voz e violão de nylon
Ivan Gomes: baixo elétrico e teclas
Bianca Godoi: bateria
Fernando Sagawa: sax soprano
Ivan Santarém: guitarra
Ariel Coelho: congas
4- Pedra por Pedra
(Paulo Ohana / Alzira E)
Paulo Ohana: voz e guitarra
Alzira E: voz e coro
Ivan Gomes: baixo elétrico
Bianca Godoi: bateria e conga
Fernando Sagawa: sax barítono
Ivan Santarém: guitarra
5- Meu Sonho é Ser Funcionário
(Paulo Ohana)
Paulo Ohana: voz, violão de aço e coro
Ivan Gomes: baixo elétrico e teclas
Bianca Godoi: bateria
Fernando Sagawa: sax barítono
Ivan Santarém: guitarra
6- Quase Mudo (Lá em cima tem o sol)
(Paulo Ohana)
Paulo Ohana: voz e guitarra
Ivan Gomes: baixo elétrico
Bianca Godoi: bateria
Fernando Sagawa: sax soprano
Ivan Santarém: guitarra
7- Errância
(Paulo Ohana / Flavio Tris)
Paulo Ohana: voz e violão de nylon
Flavio Tris: voz
Ivan Gomes: baixo elétrico e teclas
Bianca Godoi: bateria
Fernando Sagawa: flauta
Ivan Santarém: guitarra
Graciela Soares: coro
8- Dos Sinais
(Paulo Ohana)
Paulo Ohana: voz e violão de aço
FICHA TÉCNICA
Gravado entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024 no Estúdio Lebuá, São
Paulo-SP
Produção Musical e Mixagem: Ivan Gomes @ivan.gomesss
Apoio Técnico de Mixagem: Nicholas Rabinovitch @n.t.r
Masterização: Otávio Carvalho @azulones
Capa: Isabella Pina @isabellapinacolada
Identidade Visual: Marcus Braga @marcvsbraga
Fotos de Divulgação: Otávio de Roque @otavioderoque e Jade Monteiro
@kalidoscopejade – Água na Boca @aguanabocaprodutora
Styling: Manuela Weitzman @manuweitzman
| PEQUENO IMPREVISTO |
A&R: Otávio Carvalho
Comunicação: Pamela Prudente @pam.prudente
Imprensa: Stella Sanches @stella.lanches
Distribuição: @tratorebr