ARVO Festival completa 5 anos como principal vitrine da música brasileira em Florianópolis
8ª edição do ARVO Festival supera a chuva e reúne milhares de pessoas em edição de expansão
O ARVO Festival somou impactos positivos por meio da cultura e da sustentabilidade no Campeche, em Florianópolis, neste sábado (28). Em sua oitava edição, o festival enfrentou um obstáculo comum na cidade: a instabilidade climática. Atração confirmada, a chuva não atrapalhou a experiência do público que chegou cedo e manteve o Império das Águias cheio do primeiro arranjo ao último beat.
Os Reis do Nada abriram os trabalhos de uma edição histórica com a força da música de Floripa. Ao lado das cantoras Flora Cruz e Rê Significa, a banda entregou o palco para a paulistana Tulipa Ruiz, que engajou o público parafraseando “A chuva está certa!”, uma fala da liderança indígena Ailton Krenak e propôs ao público abraçar a condição climática com uma perspectiva positiva. O show também contou com uma homenagem à Gal Costa com a música Hotel das Estrelas e um discurso orgulhoso de Tulipa por ter sido nomeada ao Grammy Latino.
O Coral Tape Mirim e seus 20 anos de tradição reafirmaram os ensinamentos originários dos indígenas ao lado da Cacica Eliara Antunes, seguidos de Anelis Assumpção. A cantora paulistana entregou sucessos de toda sua carreira, com destaque para as músicas do disco Sal, seu mais recente lançamento.
A noite caiu ao som do carioca Rubel, que misturou seu repertório de MPB a elementos do funk carioca, entoando um coral do público aquecido e animado. Seguido de um dos grandes destaques dentro da edição, a cantora Dandara Manoela ocupou o palco do ARVO confirmando que os artistas locais têm força e público, este que foi a loucura quando o rapper paulistano Rincon Sapiência entrou no palco à convite da cantora.
Medalhão da música brasileira, Jorge Aragão mostrou que assina grandes hits que fazem parte da memória musical brasileira, a plateia do ARVO ainda teve a sorte de escutar o mestre do samba cantar alguns sucessos do Fundo de Quintal.
A atmosfera oitentista do disco house começou com FBC entoando as faixas do inédito O Amor, O Perdão e a Tecnologia Irão Nos Levar A Outro Planeta. Destaque para o conjunto de backing vocals que ao lado de uma dupla de instrumentos de sopro, levaram a plateia do ARVO Festival para outro planeta.
Não só acompanhada, mas regendo uma banda em sincronia, Liniker arrancou elogios até mesmo de pessoas que não a conheciam. Contagiando a multidão que não se deixou desanimar com a chuva, a cantora anunciou que a turnê Índigo Borboleta Anil está no fim e presenteou o público com a novidade de que um novo disco está a caminho.
Aguardado pelos adoradores do mangue beat, a Nação Zumbi trouxe a musicalidade pernambucana para o Sul do país como se fossem de casa. Também bastante esperado pelo público que fez plantão na grade, Baco Exu do Blues provou porque é um dos grandes nomes da música pop atual. Acompanhado de uma banda alinhada e duas backing vocals, Baco apresentou sucessos que ecoaram na multidão que o assistia no festival.
Tradição e pioneirismo marcam a atração final, com Rômulo Costa no comando das picapes, a Furacão 2000 deu o tom do último beat no baile que virou o ARVO Festival.
Com uma área de mais de 20 mil metros quadrados, o festival proporcionou ao público uma experiência cultural imersiva com música, arte, gastronomia, água livre e gratuita para todos, área de lazer infantil, tradução simultânea em libras, espaço PCD com vista para os dois palcos principais e uma tenda eletrônica debaixo das lonas de um circo construído dentro do próprio festival.
Há cinco anos e sete edições, o ARVO Festival busca colocar em destaque grandes nomes da música de pista, e o palco Discoteca contou com Banzeiro Ft. Turbilhão, com o Baile dos Gêmeos, o projeto Hip Hop Deraiz Ft. Yasmin LImas, Arrasta, o Baile da Brum, As Mina do Som Ft. Macaxeira Frita, Mvuca, a label Salseiro convidando os DJs Kika Deeke e Allen Rosa, finalizadao por Troop Ft. Edu.
A praça de alimentação proporcionou uma viagem gastronômica global, com opções que iam do acarajé baiano aos tacos mexicanos, passando pelas pizzas, hambúrgueres, doces gourmet e empanadas. Sem esquecer, é claro, das opções veganas e vegetarianas. Distribuídas com embalagens biodegradáveis, que poderiam ser depositadas em ativações – espalhadas nos quatro cantos do mapa – que incentivaram a coleta seletiva dos resíduos sólidos e orgânicos. Além da iniciativa Bituca É Lixo com totens para recolher o material poluente.
Mesmo com chuva, o ARVO também garantiu a segurança e a salubridade para o público e também para seus colaboradores. Resultado de uma preparação com mais de 300 toneladas de brita para otimizar a drenagem do terrado e mais de 2 mil metros quadrados de áreas cobertas.
Diante dos desafios climáticos e propagando uma perspectiva sustentável de produção cultural, a edição n. 8 firma o compromisso com o meio ambiente, com os povos originários e com a diversidade do ecossistema cultural brasileiro. Atravessando uma plateia de mais de 8 mil pessoas, o ARVO Festival é uma das principais vitrines da música brasileira no Sul do Brasil.