Ana Cacimba canta a jornada de autoaceitação de pessoas negras em “Demora”

 Ana Cacimba canta a jornada de autoaceitação de pessoas negras em “Demora”

Foto: @palomaribeirocolors

Faixa que ressalta a beleza de encontrar plenitude dentro de si e é assinada pelos produtores DMAX e o premiado trio Los Brasileros; single chega nesta sexta (1º/11)

A solidão das pessoas negras é um tema profundo e multifacetado, frequentemente associado à marginalização e ao racismo estrutural que permeia a sociedade. Essa solidão pode se manifestar de várias formas: no isolamento emocional, nas barreiras sociais e nas experiências de vida que, muitas vezes, são invisibilizadas. No entanto, dentro desse contexto, surge uma força poderosa: a independência afetiva, uma reviravolta que promove o amor próprio como forma de resistência.

Ana Cacimba, em sua nova música “Demora”, evoca a divindade Oxum, guardiã do amor e das águas doces, como símbolo desse amor que se sustenta internamente. Através de sua arte, ela convida a uma reflexão sobre a importância de buscar validação em si mesma, em vez de depender da aprovação externa.

Nesse sentido, a música de Ana Cacimba – que conta com a participação dos produtores DMAX e do trio Los Brasileros – transcende a mera expressão artística e se torna um manifesto de empoderamento. A letra de “Demora” ressalta a beleza de encontrar alegria e plenitude dentro de si, reforçando que o amor verdadeiro começa no reconhecimento e na aceitação de quem somos.

“Esta música é um convite para que as pessoas negras reconheçam sua singularidade e sua força. A solidão, muitas vezes vista como um fardo, pode ser transformada em um espaço de introspecção e autodescoberta”, comenta a artista nascida na periferia de Diadema, no ABC Paulista.

Assim, a obra de Ana Cacimba se torna um farol, iluminando o caminho para aqueles que buscam um amor que não precisa de validação, mas que é enraizado na confiança e na aceitação de si. Em um mundo que frequentemente tenta silenciar vozes e experiências, ela reafirma que a verdadeira independência afetiva é um ato de resistência, e que o amor, quando cultivado dentro de nós, se torna uma força transformadora e libertadora.

Assista ao clipe de “Demora”:

Sobre Ana Cacimba:

A cantora e compositora é conhecida por tocar e confeccionar o instrumento de seus ancestrais, o “asalato“, sendo a única mulher luthier de asalato no Brasil, o instrumento também conhecido como kaskas ou kashaka é tradicional da costa oeste africana, local de onde vieram seus ancestrais.

Nascida na periferia de Diadema, no ABC Paulista, a multiartista descendente quilombola, traz em sua música uma miscelânea de elementos que vão do ijexá ao afro-samba, um mergulho no universo dos orixás e tradições da diáspora africana, com uma voz marcante e uma mistura de sons orgânicos e elementos eletrônicos.

Ana Cacimba é um dos novos rostos da nova MPB e do indie brasileiro. Em sua discografia constam dois álbuns de inéditas – “Azeviche” (2022) e “Mergulho” (2023) -, um trabalho ao vivo – “Ana Cacimba no Estúdio Showlivre” (2023) – e alguns singles lançados desde 2018.

Marcelo Manso

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