A resistência do frevo: Orquestra do Babá lança seu segundo álbum independente
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Orquestra de Frevo do Babá – foto por Hugo Muniz
A Orquestra de Frevo do Babá apresenta seu segundo álbum, FREVOESSÊNCIA, como um manifesto de resistência cultural e celebração do gênero que é a alma do carnaval pernambucano. Produzido de forma totalmente independente, sem o apoio de editais públicos, o trabalho reafirma o compromisso do grupo com a preservação e a renovação do frevo.
Inspirado por referências como o clássico CD do Coral Mucambo, de 1982, o álbum resgata a essência e a diversidade da folia pernambucana por meio de hinos icônicos e composições menos conhecidas, interpretadas por artistas que imprimem novas nuances.
“Esse álbum é uma forma de mostrar que continuamos produzindo, celebrando e renovando o frevo, mesmo diante de tantos desafios”, afirma Babá, líder da orquestra e um dos nomes mais emblemáticos das ladeiras de Olinda. Para ele, manter o importante ritmo – reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade – vivo é mais do que uma missão artística. “O frevo é nossa identidade, e não podemos deixar que se perca”.
Com onze faixas, FREVOESSÊNCIA explora diferentes camadas da tradição e inovação do frevo. “Massa Real”, de Caetano Veloso, é cantada por Sofia Freire, celebrando a doçura e a alegria do carnaval e suas festas populares. “De Chapéu e Sol Aberto”, de Capiba, ganha interpretação de Laís Senna, homenageando os foliões que enfrentam o calor para manter viva a tradição. “Arreia Lenha”, de Marron Brasileiro, é interpretada por Larissa Lisboa e exalta a energia contagiante dos ritmos nordestinos. “Cometa Mambembe”, de Jose Edmundo Da Silva Almeida e Carlos Pita, interpretada Alexandre Urêa, narra as viagens de artistas itinerantes e sua contribuição para a arte popular. “Batutas de São José”, de João Santiago, interpretada por Maciel Salú, reverencia os mestres do frevo e as bandas que moldaram sua história.
O álbum segue celebrando a identidade cultural pernambucana com “Pra Tirar Coco”, de Hamilton de Oliveira Messias de Holanda, na voz de Márcia Lima, destacando as raízes afro-brasileiras presentes na dança e na música do frevo. “Bairro Novo Casa Caiada”, de Fábio Trummer, também interpretada por Márcia Lima, faz uma homenagem aos bairros icônicos de Olinda. “Olinda Frevo e Folia”, de Getúlio Cavalcanti, com Lú Maciel, é um convite vibrante para mergulhar na festa das ladeiras históricas. “A Bagaceira”, de Siba, cantada por Babá, retrata a animação das festas populares. “Sobrecú”, de de Daniel Breda e Hugo Perez,, cantada por Babá, exibe toda a complexidade dos arranjos e a excelência instrumental da orquestra. O álbum se encerra com “Galícia em Folia”, de Garcia Poeta, que reforça a universalidade da música.
Além de um convite para dançar e celebrar, o álbum é um manifesto de resistência cultural. “Atualmente, quase ninguém grava frevo. Isso torna nosso trabalho ainda mais relevante, pois estamos assumindo a responsabilidade de manter o gênero ativo e acessível”, destaca Babá.
Disponível em todas as plataformas digitais, FREVOESSÊNCIA é uma celebração genuína da expressividade melódica, coreográfica e lírica do frevo, que segue pulsando como sinônimo de festa, resistência e identidade cultural brasileira.