ANA CACIMBA CELEBRA A ANCESTRALIDADE E A RESISTÊNCIA NEGRA COM O SINGLE “PRETO VELHO”

Foto: Tabatha Mota
“Tenho muito orgulho de ser filha, neta, bisneta de mulheres quilombolas. Saber que meus ancestrais sofreram, mas se libertaram de seus algozes. Essa canção é um lamento: retrata o sofrimento, mas também a força de uma luta que, infelizmente, ainda não teve fim”, conta Ana.
A música apresenta uma sonoridade única, marcada pelo asalato — instrumento do Oeste da África, tocado e construído por Ana — que dialoga com o piano e elementos orquestrais, criando uma atmosfera delicada e visceral. A faixa é guiada por uma fusão entre o afro diaspórico e a música popular brasileira.
“‘Preto Velho’ é um lamento ancestral, que nos faz lembrar daqueles que vieram antes e lutaram tanto para sobreviver. Para quem tem ligação com a afrorreligiosidade, a música ganha um sentido ainda mais íntimo, de conexão espiritual com os guias”, afirma a artista.
A inspiração de Ana está profundamente enraizada na cultura popular e de terreiro, ecoando saberes que passam de geração em geração. “Todo o meu trabalho é pautado na minha ancestralidade: os cantos que minha avó cantava, o instrumento dos meus ancestrais do Oeste da África… tudo isso faz parte de mim, das minhas vivências, dos meus atravessamentos. Metade de mim é o que eu creio e a outra metade é o que eu sinto.”
O single chega acompanhado de um lyric video, ampliando a experiência da canção ao guiar o ouvinte pelas palavras e pela força do ponto.
“Preto Velho” é uma música para quem busca profundidade, conexão e espiritualidade, e dialoga com ouvintes de nomes como Os Tincoãs, Serena Assumpção e Alessandra Leão.