Jéssica Linhares transforma vivências urbanas em poesia e música em “Metrô Pra Outro Mundo”
Em seu álbum de estreia, cantora paulistana mistura MPB, hip hop e samba-rock para narrar a luta e os sonhos de quem vive na periferia
A cantora e compositora Jéssica Linhares lança o Lado A de seu primeiro álbum, Metrô Pra Outro Mundo, uma obra que traduz em música as contradições da vida urbana, as lutas diárias da periferia e o anseio por transcender a realidade sufocante da metrópole, misturando influências de MPB, pop florestal, samba-rock e hip hop.
O metrô, que dá nome ao disco, é mais do que um meio de transporte, é metáfora para a fuga, para o encantamento e para a reinvenção da realidade. Cada faixa carrega uma narrativa onde a crueza da vida urbana se entrelaça com sonhos e afetos. As letras transitam entre o peso das desigualdades sociais e a esperança de encontrar beleza nos pequenos gestos do dia a dia.
“Tomar um metrô para o outro mundo é o anseio da maioria dos trabalhadores cansados da cidade. Metrô Pra Outro Mundo, é o desejo de fuga em direção ao encantamento da vida. O disco é um convite para entrar no trem, despir-se e se permitir seguir rumo a “outro mundo”: um lugar onde cotidianos e subjetividades são transformados em arte”, comenta a artista.
Criada na periferia paulistana e formada em Letras pela USP, Jéssica cresceu imersa na música e na poesia. Desde a adolescência, compunha suas canções no trajeto entre a escola e o trabalho, carregando cadernos repletos de versos rabiscados entre um sacolejo de ônibus e outro. Foi nesse movimento, entre a urgência da cidade e a necessidade de criar, que nasceu o álbum — um trabalho que condensa dez anos de reflexões sobre pertencimento, resistência e o desejo de escapar da rigidez da metrópole.
O projeto é lançado por Fervo Produções e YB Music, com composições de Jéssica Linhares e Dan Silva (Tragédia e Beleza), produção e arranjos de João Antunes e co-produção de Niwa. Antunes também assume guitarra, violão, piano, contrabaixo e programações, enquanto Jéssica Linhares é voz principal e violão. Os vocais incluem Niwa e Pedro Índio Negro (Tragédia e Beleza) e Gabriella Dias (Música da Praia). Lucas Ferrari no teclado, Danilo Moura na bateria e um quarteto de cordas (Otielen Luz Santos, Joaquim Pereira da Silva Neto, Andreza Batistella Fonseca Guimarães e Carla Nascimento) completam a instrumentação. O projeto visual tem fotografia de Ruda, beleza de Bibi Vieira, styling de Mayara Inácio e design de Isabella Oliveira.